2 de agosto de 2006

O Sr. David

Leio, com o atraso próprio de uma Ilha "ultra-hiper-mega" periférica, a edição de papel do Açoriano Oriental com o atraso de dois dias. Leio um artigo de opinião da Drª Clotilde Cymbron sobre a vida e a morte do Sr. David, morte essa que eu nem sabia ter ocorrido. Faço parte daquela minoria de rapazes da minha idade que não passou pelas explicações dele. Acho que me davam como caso totalmente perdido na matemática incapaz sequer se ser salvo pela persistência e pelos bons ofícios do Sr. David. Mas conheci muitos amigos e amigas que por lá andaram e foram seus explicandos e fui muitas vezes a casa dele. Na rua, conhecíamo-nos tão bem, que parecia que sempre tinha andado nas suas explicações. O Sr. David conheceu todas as minhas namoradas da adolescência e da Juventude. Quando se cruzava comigo à porta da explicação ou na rua e eu ia acompanhado de moçoila diferente, piscava-me o olho numa malícia que só ele sabia ter.
Também aqui, no Caso do Sr. David Férin Mendonça, faltou a justa homenagem em vida. Embora eu saiba que, para ele, a grande e maior homenagem foi ver muitos dos seus explicandos alcançarem carreira académicas brilhantes, eram os seus troféus.

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