10 de agosto de 2004

Democracia corporativa

A Economia dos Açores, ao invés do que diz o Secretário da tutela, está em franca regressão. O consumo de cimento baixou, as dormidas nos hotéis estão a ser vendidas ao preço da uva mijona, as agentes de viagens queixam-se, os restaurantes idem, as esplanadas estão à mosca, o artesanato está nas prateleiras.
Ao que consegui saber as visitas às plantações de ananases e do chá têm sido boas mas sem vendas de maior.
Todos se queixam, mas à boca pequena. Os seus representantes, os chefes das modernas corporações, não os ouço. Não ouço os representantes das forças vivas, dos comerciantes, dos industriais, dos agricultores, reclamarem ou tomarem posições públicas.
Terão que ser sempre e apenas os partidos da oposição a fazer este papel?
Se é para isso então que se acabe com a farsa que é esta espécie de democracia corporativista que só serve para branquear as acções dos Governos, sejam eles de que cores forem.
Talvez alguns dirigentes associativos devam olhar o passado e fazer uma análise retrospectiva e concluirão que foi quando denunciavam as situações que ganharam respeito e notoriedade nos meios político e social. Ao invés, agora todos os olham com desconfiança, chamam-lhes "Lulu Canecas" e outros epítetos e não lhes é conferido qualquer mérito.
Se merecemos políticos melhores? Claro! Mas também merecemos dirigentes melhores e uma sociedade mais interventiva.

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