Esta suposta crise, começa a ser por culpa do Presidente da República que teima em não decidir. Quanto mais tempo Sampaio demorar mais instabilidade existirá, a todos os níveis. No partido mais votado e órfão de líder, bem como, no seu parceiro de coligação, os lutadores de sempre, começam a digladiar-se pelos lugares nos órgãos do partido, nas listas de candidatos a deputados, se houver eleições e congresso. Caso contrário, a guerra é para ver quem apoia quem de forma a assegurar  lugares de Ministro e Secretários de Estado e até de Directores Gerais. 
No PS a Guerra será entre os que querem eleições para tentar ganhar e assim comprar um seguro de vida para a liderança de Ferro Rodrigues e os outros, os que  rezam à santinha de Fátima para que o PR não dissolva o parlamento que sempre têm mais dois anos para arranjar um lugarzinho ao Sol.
No BE, nada muda, está na moda e o populismo de esquerda é o que está a dar. Por isso todos unidos no caminho da dissolução para ver se ganhamos mais uns deputados e se não temos que fazer tanta rotação. Na verdade, com sistema de rotação que o Bloco usa na AR e que copiou de CDS/PP do tempo de Monteiro, dá a impressão que tem muitos mais deputados do que na realidade tem. Na minha opinião é uma boa maneira de fazer politica parlamentar. Contudo, tira valor à teses de Fernando Rosas e de outros que defendem que o Povo vota no Primeiro Ministro e nos cabeças de lista. Então porque razão o Bloco roda os seus candidatos?
Na direcção do  PCP,  não se pode estar do lado da coligação porque é de direita, mas o que apetecia mesmo era a não dissolução para ver se não se perde mais um deputado para o Bloco. Do lado dos reformadores alguns até querem eleições para ver se correm com o Carvalhas de uma vez por todas.
Na classe jornalística, uns dão pulos de contentes e outros estão roxos de raiva. As redacções dos Jornais, rádios e televisões, andam em polvorosa. É que também aqui, com eleições ou com remodelação governamental, vão existir mudanças, falo muito concretamente, nos assessores de imprensa. Uns deixarão de o ser e vão voltar às redacções onde vão tentar fazer a vida negra aos Ministros novos. Outros estão nas redacções a fazer a vida negra aos Ministros que lá estão para ver se vão para assessores dos próximos Ministros. Maquiavélico mas não longe da realidade.
Por último estão os patrões dos patrões e os grandes grupos empresariais. Desta vez até estão do mesmo lado a esquerda. Claro! Pode ser que venha mais um Pina Moura que faça da economia do País um paraíso para a engorda de alguns e para a desgraça dos mais fracos. É que a politica da Coligação foi bem diferente nesse sentido e muito embora não estejamos a viver dias de grande fartura a verdade é que o sistema está moralizado.
Enfim o País está refém dos interesses de cada um e o Sr. Presidente da República a quem cabe, legitima e legalmente a última palavra parece não estar preocupado em decidir.
1 de julho de 2004
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