Sozinho em casa
Diz-se por aí que PS e PSD não conseguiram encontrar substituto para Nascimento Rodrigues em tempo útil. Eu penso que a história é mais prosaica: PS e PSD esqueceram-se simplesmente que o Provedor de Justiça existia.
Talvez tenham conversado uma ou outra vez sobre o cargo. Mas, como acontece em certos filmes, a família do ‘bloco central’ só se lembrou da criança quando ela, deixada em casa, desatou a berrar sozinha. Foi o pasmo geral: dos partidos, dos jornalistas e até do Presidente da República, que durante nove meses não deu por nada.
Faz sentido. Em teoria, o Provedor serve para representar os portugueses contra os poderes públicos. Na prática, ele é apenas mais um penduricalho do nosso sistema político, que seria caridoso enterrar. Ou, no mínimo, levar de férias com a malta.
João Pereira Coutinho, Colunista no Correio da Manhã.
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