Cara Maria do Ceu,
andei à procura do discurso proferido por Natália Correia na AR, dois dias antes da publicação deste poema no Diário de Lisboa. Não o encontrei na bagunça do meu escritório. Mas fica o poema ao morgado.
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o orgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
NATÁLIA CORREIA
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